sábado, 7 de abril de 2007

to be or not to be...

Tenho lido e ouvido algumas vozes iluminadas representarem o papel de advogado de defesa no “sururu” que se gerou em torno da licenciatura forjada do nosso ilustre primeiro-ministro. Defendem que exigir a um primeiro-ministro o grau de licenciado se trata de um provincianismo bacoco. Não vou discutir se o grau académico será ou não fundamental para o exercício do cargo mas assumo-me provinciana bacoca no que a este primeiro-ministro diz respeito. Não que eu pense que este primeiro-ministro deva ter uma qualquer licenciatura mas a licenciatura que apresenta no seu CV e conseguida da mesma forma que a maioria de nós (acredito eu) a consegue: com estudo e com momentos de avaliação e não através de favores e arranjinhos, de assinaturas a troco de… não faço ideia de quê… desconheço esse mundo.
Não tenho qualquer dúvida de que quando resolver falar publicamente, e passadas quase três semanas desde o início desta alegada perseguição, o primeiro-ministro nos apresentará “provas fidedignas” da legalidade da dita licenciatura, e se esperarmos mais duas ou três semanas poderemos até ser surpreendidos por documentos que atestam o seu doutoramento.
No entanto, as razões que me levam a dizer que este ministro tem o dever de ser licenciado não é a sua arrogância e ar de superioridade; o facto de a licenciatura ser um dos atributos referidos por este governo como característica do funcionário público ideal; a imposição de sacrifícios a (quase) todos os portugueses; a perseguição que faz aos que trabalham no ensino com a desculpa de que é necessário conseguir a excelência; a recordação constante de que é necessário haver muito esforço, exigência e rigor pois só assim obteremos resultados.
Este primeiro-ministro tem a obrigação de ser engenheiro tão-só porque foi desse modo que se deu a conhecer aos portugueses.