sábado, 28 de abril de 2007


World Press Cartoon

Porque, de facto, há imagens que dizem mais do que mil palavras.
A visitar em Sintra, no Centro Cultural Olga Cadaval, até 20 de Maio.


1º Prémio de Cartoon Editorial - Cristina Sampaio


sexta-feira, 27 de abril de 2007

lisboetas



"Lisboetas" é um documentário político sobre a vaga de imigração que nos últimos anos mudou Portugal. O retrato acutilante e extraordinário de um momento único em que o país e a cidade entraram num processo de transformação irreversível.É uma janela secreta sobre novas realidades: modos de vida, mercado de trabalho, direitos, cultos religiosos, identidades. É uma viagem a uma cidade desconhecida, a lugares onde nunca se vai mas que estão lá. "Lisboetas" é um documentário de Sérgio Tréfaut e ganhou o Prémio de Melhor Filme Português na primeira edição do IndieLisboa.” Público

E, acrescento eu, vale bem a pena!





quinta-feira, 26 de abril de 2007

leituras





“O heroísmo mais difícil e o que eu mais admiro não é o dos profissionais do perigo, nem dos valentes da Hora H, essa valentia do grande rasgo, do impulso imprevisível e cintilante. Não: o heroísmo a que eu tiro o chapéu é o do homem vulgar, o heroísmo do trabalho, da luta diária, da tenacidade contra o desânimo, contra o aborrecimento, contra a própria dissolução a que se chama clarividência… É esse o único heroísmo a que eu aspiro.” Os Insubmissos, Urbano Tavares Rodrigues

Monsanto, 2007

quarta-feira, 25 de abril de 2007



25/04/74

Quando se assinala a comemoração do 25 de Abril sinto sempre que me falta alguma coisa. Quase me sinto envergonhada porque dessa época privada de liberdade apenas tenho o conhecimento que me foi transmitido pelos mais velhos ou pelo que ao longo dos anos li e procurei saber. Esse é, também, o conhecimento que tenho relativamente a outras datas marcantes da nossa história mas no caso específico da Revolução dos cravos tem outra dimensão. Grande parte das pessoas que conheço e conheci tem algo a dizer - os mais velhos apontam as diferenças entre o “antigamente” e o “agora” ou têm histórias e situações para relatar, os que se seguem têm recordações do dia 25 de Abril de 74 ou dos dias que se seguiram: estavam na escola ou a brincar, ouviram comentários dos mais velhos, notaram alguma agitação… E eu… bem, eu estava na barriga da minha mãe, aguardando serenamente que outros lutassem para que eu nascesse em liberdade. Durante alguns anos era essa a resposta que dava, a sorrir, quando a mediática questão do Baptista Bastos guiava as conversas. Sorria mas sentia-me vazia e pertencente a uma geração sem história, pobre em ideais e de parcas ideias.




terça-feira, 24 de abril de 2007

Proposta de alteração à lei

Proponho que quando nos cruzemos na estrada com mestres
em manobras perigosas
ou doutorados em chico-espertismo
seja permitido por lei
sair do carro e, pedagogicamente, esmurrar-lhes o nariz.
Há que ensinar-lhes regras de civismo e de convivência em sociedade,
usando a única linguagem que terão capacidade de compreender.*





* Passar muitas horas na estrada tem consequências nefastas na alteração da personalidade.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Dia Mundial do Livro


Numa ocasião ouvi um cliente habitual comentar na livraria do meu pai que poucas coisas marcam tanto um leitor como o primeiro livro que realmente abre caminho até ao seu coração. Aquelas primeiras imagens, o eco dessas palavras que julgamos ter deixado para trás, acompanham-nos toda a vida e esculpem um palácio na nossa memória ao qual, mais tarde ou mais cedo – não importa quantos livros leiamos, quantos mundos descubramos, tudo quando aprendamos ou esqueçamos -, vamos regressar.”

A sombra do vento, Carlos Ruiz Zafón






Eu recordo o primeiro livro que li sozinha, com seis anos, e cuja história me fascinou ao ponto de a memorizar na íntegra – O Soldadinho de chumbo

“Durante a noite, quando todos dormem, os brinquedos saem do baú…”

domingo, 22 de abril de 2007

Na véspera do dia Mundial do livro...



... indigno-me com os editores que se interessam exclusivamente pelo lucro, descurando critérios de qualidade em relação a livros que são publicados sob a sua alçada. Não aceito que pessoas com responsabilidade naquilo que é colocado à venda nas livrarias acedam a publicar livros que mais não são do que lavagem de roupa suja entre gente que não tem qualquer pudor em profanar um objecto que deveria merecer todo o respeito, transformando-o num reles veículo de insultos e bisbilhotice, num diário de estupidez humana - como acontece com o ex-casalinho do norte.
Quando verifico que essas imitações de livros ocupam o top de vendas surpreendo-me pois não conheço uma única pessoa que confesse ter lido uma das ditas obras, que admita ter um exemplar em sua casa ou que não se refira às mesmas com escárnio e/ou desdém.
Tratar-se-á aqui, provavelmente, do mesmo mistério que justifica os discos de ouro e platina de muitos cantores da nossa praça de que ninguém gosta.
Election présidentielle en France



http://cartoons.courrierinternational.com

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Pequenos prazeres



"Come chocolates, pequena; come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais do que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!"






Às vezes, há pequenos nadas que tornam os nossos dias mais felizes.
Às vezes, podemos guardá-los connosco para a eles recorrermos quando queremos mimar-nos.
Um desses casos é o resultado do trabalho realizado pela editora Guerra e Paz que editou, há alguns meses, a Tabacaria, com traduções em francês, espanhol, italiano e inglês e fantásticas fotografias, a preto e branco, de Luís Miguel Castro.


quarta-feira, 18 de abril de 2007

(des)conversas ocas(ionais)





- Eu nem sei o que é ter tempo livre...
- O meu tempo é sempre livre... a prisioneira sou eu...


segunda-feira, 16 de abril de 2007

Enrendilhado de amendoeira em flor...






sexta-feira, 13 de abril de 2007


quinta-feira, 12 de abril de 2007

leituras

"Não há nenhuma diferença entre aquilo que aconteceu mesmo e aquilo que fui distorcendo com a imaginação, repetidamente, repetidamente, ao longo dos anos. Não há nenhuma diferença entre as imagens baças que lembro e as palavras cruas, cruéis, que acredito que lembro, mas que são apenas reflexos construídos pela culpa. O tempo, conforme um muro, uma torre, qualquer construção, faz com que deixe de haver diferenças entre a verdade e a mentira. O tempo mistura a verdade com a mentira. Aquilo que aconteceu mistura-se com aquilo que eu quero que tenha acontecido e com aquilo que me contaram que aconteceu. A minha memória não é minha. A minha memória sou eu distorcido pelo tempo e misturado comigo próprio: com o meu medo, com a minha culpa, com o meu arrependimento. " José Luís Peixoto, Cemitério de Pianos

quarta-feira, 11 de abril de 2007

to be or not to be (2)

Depois de ouvir a entrevista...

postembrancopostembrancopostembrancopostembrancopostembrancopostembrancopostembranco
postembrancopostembrancopostembrancopostembrancopostembrancopostembrancopostembranco
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postembrancopostembrancopostembrancopostembrancopostembrancopostembrancopostembranco
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postembrancopostembrancopostembrancopostembrancopostembrancopostembrancopostembranco
postembrancopostembrancopostembrancopostembrancopostembrancopostembrancopostembranco

... aguardo pelos próximos capítulos

terça-feira, 10 de abril de 2007

Meninices

-Setôra, deu-me negativa!!
- Fui muito injusta, não fui?
- Foi!!!
- Pois… Tu empenhaste-te imenso, estiveste sempre atento e bem comportado, realizaste sempre os trabalhos de casa e até tiveste testes razoáveis…
- Não, não fiz nada disso! Mas foi injusto porque a minha mãe pôs-me de castigo as férias todas!
- Pois é…que injustiça… No próximo período não me esquecerei de incluir o parâmetro “castigos parentais” nos critérios de avaliação.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

domingo, 8 de abril de 2007

Expressões do tempo da Maria Cachucha

Quando se diz que algo «é do tempo da Maria Cachucha», significa que é muito antigo.
A cachucha era uma dança espanhola a três tempos, em que o dançarino, que se acompanhava com castanholas, começava a dança num movimento moderado, que ia acelerando, até terminar num vivo volteio. Esta dança teve uma certa voga em França, quando uma célebre dançarina, Fanny Elssler, a dançou na Ópera de Paris. Em Portugal, a popular cantiga Maria Cachucha (ao som da qual, no séc. XIX, era usual as pessoas do povo dançarem) era uma adaptação da cachucha espanhola, com uma letra bastante gracejadora, zombeteira.

sábado, 7 de abril de 2007

to be or not to be...

Tenho lido e ouvido algumas vozes iluminadas representarem o papel de advogado de defesa no “sururu” que se gerou em torno da licenciatura forjada do nosso ilustre primeiro-ministro. Defendem que exigir a um primeiro-ministro o grau de licenciado se trata de um provincianismo bacoco. Não vou discutir se o grau académico será ou não fundamental para o exercício do cargo mas assumo-me provinciana bacoca no que a este primeiro-ministro diz respeito. Não que eu pense que este primeiro-ministro deva ter uma qualquer licenciatura mas a licenciatura que apresenta no seu CV e conseguida da mesma forma que a maioria de nós (acredito eu) a consegue: com estudo e com momentos de avaliação e não através de favores e arranjinhos, de assinaturas a troco de… não faço ideia de quê… desconheço esse mundo.
Não tenho qualquer dúvida de que quando resolver falar publicamente, e passadas quase três semanas desde o início desta alegada perseguição, o primeiro-ministro nos apresentará “provas fidedignas” da legalidade da dita licenciatura, e se esperarmos mais duas ou três semanas poderemos até ser surpreendidos por documentos que atestam o seu doutoramento.
No entanto, as razões que me levam a dizer que este ministro tem o dever de ser licenciado não é a sua arrogância e ar de superioridade; o facto de a licenciatura ser um dos atributos referidos por este governo como característica do funcionário público ideal; a imposição de sacrifícios a (quase) todos os portugueses; a perseguição que faz aos que trabalham no ensino com a desculpa de que é necessário conseguir a excelência; a recordação constante de que é necessário haver muito esforço, exigência e rigor pois só assim obteremos resultados.
Este primeiro-ministro tem a obrigação de ser engenheiro tão-só porque foi desse modo que se deu a conhecer aos portugueses.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Elogio da preguiça


“Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje”, diz a sabedoria popular.

Quantas vezes nos queixamos de ter deixado para mais tarde algo que poderíamos ter já feito?
E nesses momentos em que nos vemos a braços com imensas tarefas para realizar em pouco tempo, ou com um prazo a expirar, recriminamo-nos por ter deixado arrastar o que poderia ter já sido concluído. Mas nem sempre assim é. Acontece-me, não raramente, sentir exactamente o oposto: sentir que aquele é o momento certo para realizar determinada tarefa ou tomar uma decisão, é o momento em que descubro o modo mais eficaz, o detalhe que faltava, a decisão mais coerente, a forma mais inteligente ou criativa de realizar determinada tarefa. Enfim, aquele momento a que poderíamos chamar o momento m.