Desta vez foi um bebé a engrossar a lista das crianças vítimas de abusos e maus-tratos infligidos por familiares.
Escrevem-se agora muitas páginas nos jornais, dedicam-se muitos minutos nos blocos noticiosos da televisão e da rádio. Provavelmente, servirá como tema para um debate, um fórum ou uma reportagem.
Quando se ouvem estas notícias tudo deixa de me parecer importante. Nem o défice, o desemprego, as presidenciais ou o protocolo de quioto têm importância. Para que me serve um mundo onde temos monstros camuflados de pessoas que vivem lado a lado com as suas vítimas? Onde crianças ou outros inocentes sofrem às mãos e aos caprichos de seres desprezíveis que agem com uma maldade intrínseca e injustificável?
Como podemos viver tranquilos, ou apenas preocupados com as pequenas insignificâncias do dia-a-dia, se pensarmos que estes monstros se cruzam connosco na rua, estão no nosso local de trabalho, frequentam os mesmos cafés, utilizam as nossas estradas ou, por vezes, vivem na nossa casa? E em muitos casos não lhes denotamos o menor sinal que indicie capacidade para cometer uma barbaridade deste género. Chegamos até a mostrar-lhes a nossa revolta perante estes casos e dão-nos toda a razão, mostram-se solidários com a raiva e indignação que sentimos! E se algum dia são suspeitos de alguma atrocidade há sempre alguém que garante que é impossível, pois é muito boa pessoa. Boa pessoa ou bom fingidor? Mas mesmo em indivíduos que conhecemos e julgamos capazes de actos pouco recomendáveis ou maldosos julgamos que se dedicam a pequenas maldadezinhas e nunca nos ocorre tamanha monstruosidade! Não queremos acreditar que existem. Enquanto conseguimos, negamos e negaremos sempre a sua existência.
Tal como também se negam as responsabilidades e se empurram as culpas. Apuram-se agora pormenores a que nunca se deu importância, fala-se de falhas de informação… Virão depois as justificações que, a troco de dinheiro e da alma, os advogados alegarão para amenizar a culpa dos monstros: perturbações psicológicas, infância problemática, nascimento numa família desestruturada, problemas sociais, económicos e todos os outros que são utilizados em casos idênticos.
Daqui por uns dias deixará de ser tema de conversa e de abertura de jornal televisivo e será recordado apenas como mais um número quando outro caso semelhante for a notícia do dia.
E enquanto nós adormecemos vencidos pelo cansaço de mais um dia, esquecemos que no mesmo instante há muitas crianças a quem a inocência e alegria da infância estão a ser roubadas definitivamente.
Escrevem-se agora muitas páginas nos jornais, dedicam-se muitos minutos nos blocos noticiosos da televisão e da rádio. Provavelmente, servirá como tema para um debate, um fórum ou uma reportagem.
Quando se ouvem estas notícias tudo deixa de me parecer importante. Nem o défice, o desemprego, as presidenciais ou o protocolo de quioto têm importância. Para que me serve um mundo onde temos monstros camuflados de pessoas que vivem lado a lado com as suas vítimas? Onde crianças ou outros inocentes sofrem às mãos e aos caprichos de seres desprezíveis que agem com uma maldade intrínseca e injustificável?
Como podemos viver tranquilos, ou apenas preocupados com as pequenas insignificâncias do dia-a-dia, se pensarmos que estes monstros se cruzam connosco na rua, estão no nosso local de trabalho, frequentam os mesmos cafés, utilizam as nossas estradas ou, por vezes, vivem na nossa casa? E em muitos casos não lhes denotamos o menor sinal que indicie capacidade para cometer uma barbaridade deste género. Chegamos até a mostrar-lhes a nossa revolta perante estes casos e dão-nos toda a razão, mostram-se solidários com a raiva e indignação que sentimos! E se algum dia são suspeitos de alguma atrocidade há sempre alguém que garante que é impossível, pois é muito boa pessoa. Boa pessoa ou bom fingidor? Mas mesmo em indivíduos que conhecemos e julgamos capazes de actos pouco recomendáveis ou maldosos julgamos que se dedicam a pequenas maldadezinhas e nunca nos ocorre tamanha monstruosidade! Não queremos acreditar que existem. Enquanto conseguimos, negamos e negaremos sempre a sua existência.
Tal como também se negam as responsabilidades e se empurram as culpas. Apuram-se agora pormenores a que nunca se deu importância, fala-se de falhas de informação… Virão depois as justificações que, a troco de dinheiro e da alma, os advogados alegarão para amenizar a culpa dos monstros: perturbações psicológicas, infância problemática, nascimento numa família desestruturada, problemas sociais, económicos e todos os outros que são utilizados em casos idênticos.
Daqui por uns dias deixará de ser tema de conversa e de abertura de jornal televisivo e será recordado apenas como mais um número quando outro caso semelhante for a notícia do dia.
E enquanto nós adormecemos vencidos pelo cansaço de mais um dia, esquecemos que no mesmo instante há muitas crianças a quem a inocência e alegria da infância estão a ser roubadas definitivamente.